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on domingo, 8 de maio de 2016

JESUS CHAMOU A MULHER DE CACHORRINHO?



Mateus 15.21-28

A primeira vista, olhando a situação sem conhecimento do que estava acontecendo, pode nos parecer que Jesus tenha sido bastante indelicado com essa mulher, preconceituoso e tenha feito acepção de pessoas. No entanto, devemos lembrar que Ele é Deus, sabe de todas as coisas e tem os seus próprios planos em cada circunstância da vida. Nem todas as enfermidades Deus cura e nem por isso Ele deixa de ser um Deus misericordioso. A humanidade nada merecia de Deus a não ser a condenação e mesmo assim, sendo nós ainda pecadores, Ele provou que nos ama(Rom.5.8), não colocando um remendo novo em um vestido velho, ou seja nos dando, como expectativa maior, migalhas de prosperidade ou cura para um corpo que está prestes a morrer (I Coríntios 15.19), mas nos ofertando uma nova e eterna vida em seu Filho, Jesus Cristo. Se alguém está em Cristo, nova criatura é... (II Cor. 5.17); Eu sou a ressurreição e a vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá (João 11.25). Além disso é importante estar atento para o fato de que quando lemos o texto temos apenas o relato do acontecido sem poder notar as afeições, o tom de voz e tudo o mais que envolveu aquele momento. Apesar da aparente indiferença e dureza das palavras de Jesus devemos observar que a mulher não se viu desencorajada, escorraçada da sua presença, ao contrário, ela é atraída a ele de tal modo que se prostra e o adora. Um olhar mais apurado no texto nos leva a entender que Cristo, conhecendo o coração daquela mulher e sua principal necessidade que ia além da cura da sua filha, não agiu repentinamente, nem precipitadamente para simplesmente atender suas expectativas. Ele pacientemente aguarda o momento certo de agir e procura levá-la a atitude correta para ser abençoada. Vejamos o seguinte: Jesus havia sido enviado primeiramente para os Judeus (João 1.11). Aquela mulher se aproxima dele usando uma expressão própria do povo judeu: v.22, "Filho de Davi". 

Segundo Warren Wiersbe, por ser uma mulher gentia, ela não poderia ter feito isso. Aquilo poderia indicar que ela estava tentando se passar por uma mulher judia. Porém, gentios não são salvos por primeiramente se converterem ao judaísmo. Não era isso que ela precisava. Quando ela age dessa forma, Jesus permanece calado. E quando os discípulos, incomodados com a situação, pedem a Jesus para dar um jeito de livrar-se dela, ele lhes responde: "Não fui enviado senão às ovelhas perdidas de Israel." E nesse instante a mulher muda a sua atitude e o chama apenas de Senhor. Então Jesus lhe dirige a palavra e diz: v.26 "Não é bom tomar os pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos." Enquanto os judeus eram os filhos do reino, os não judeus eram chamados de cachorros. No entanto aqui Jesus usa uma palavra diferente que se refere aos cachorrinhos de estimação e não aos vira-latas. E o fato é que a mulher não ficou desencorajada e tendo humildemente persistido foi atendida:"...Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã." A respeito disso Warren Wiersbe diz assim: [Jesus não estava fazendo um jogo nem tentando dificultar a situação da mulher. Estava extraindo dela uma resposta de fé cada vez maior. Mais que depressa, ela se apropriou da ilustração dele sobre o pão das crianças - exatamente como Jesus queria que ela fizesse. Podemos parafrasear a resposta dela da seguinte maneira: "É verdade que os gentios não se assentam à mesa como filhos nem comem o pão. Mas até mesmo os cachorrinhos de estimação debaixo da mesa conseguem comer algumas migalhas!" Que testemunho extraordinário de fé"]. S.E. McNAIR faz o seguinte comentário sobre a atitude da mulher: "Uma grande fé manifestada -1) Na humilde confissão da sua necessidade. 2)Na sua súplica fervorosa. 3) Na sua perseverança. Jesus quis experimentar a sua fé, por que sabia que ela resistiria à prova." A perseverança dessa mulher apesar dos muitos obstáculos é uma grande lição de humildade e fé. Além disso cabe ressaltar que a sua maior necessidade era a salvação. Romanos 10.9,10 e 13, nos ensina que para ser salvo é necessário confessar a Jesus como Senhor e era disso que aquela mulher mais precisava. Apesar do messias ter vindo para os seus, os judeus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; (João 1.11,12). 

Você ficaria ressentido se fosse chamado de pecador ao ponto de não querer ir ao Salvador. Jesus afirma que os sãos não precisam de médico (Mateus 9.12) e que ele veio buscar e salvar o perdido (Lucas 19.10). A Bíblia diz que todos pecaram. Sem um diagnóstico correto, capaz de convencer o paciente, é muito provável que ele irá ignorar o remédio. Pois saiba que essa é a realidade de cada ser humano. Mesmo que uma pessoa não tenha cometido as mesmas atrocidades que outras, ainda assim, diante da justiça divina ela é indigna da presença de Deus. Romanos 3.23, afirma que o pecador, por menos errado que seja aos seus próprios olhos, merece a morte (Romanos 6.23). Apocalipse 22.15, afirma que os cães não entrarão no reino e Deus. Essa expressão se aplica a todos que, ignorando a santidade de Deus, vivem suas vidas dissolutamente. Sendo assim, todo ser humano que não passou pelo arrependimento e não veio à Jesus se encaixa debaixo do epiteto, cão. Ficar ressentido com isso não irá resolver a situação, pois ressentidos ou não os cães não entrarão no reino de Deus. É preciso, a exemplo da mulher cananeia, ser humilde para admitir a realidade pessoal de pecador e confessar a Cristo Jesus como Senhor e Salvador, como aquele que por nos amar se entregou na cruz no nosso lugar e que, tendo pago os nossos pecados, ressuscitou para nos declarar justificados, perdoados perante o Pai. Você já se deparou com a sua realidade, já veio a Cristo Jesus? 

Pr. José Soares Filho