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Unknown › Festa Junina

on domingo, 8 de maio de 2016

MAMÃE, POSSO IR À FESTA JUNINA?


Junho estava chegando e com ele toda a euforia dos preparativos para a grandiosa festa junina. Na escola não se falava outra coisa a não ser nos ensaios da quadrilha, na escolha dos pares, no concurso de rei e rainha e nos demais apetrechos para a festa. Até o tema das redações era sobre isto.
E na medida em que todos foram entrando no clima da comemoração, Mariazinha, aluna do quinto ano e que havia chegado à cidade há 3 meses, na sua inocência, não teve como resistir a tamanha influência. Ao chegar em casa estava entusiasmada, eufórica e levava consigo todos os desafios e tarefas que, juntamente com os seus colegas havia recebido na intenção de colaborar na execução do festejo. 

Em casa dona Aparecida, mesmo ocupada com os afazeres domésticos, e também imersa na missão de cuidar do filho João Bento que era autista, não deixou de perceber a agitação da pequena Maria. Os olhos da menina brilhavam. Doce Maria, tão meiga e serena que era impossível resistir ao seu sorriso. A todos contagiava com sua singeleza e simpatia. Mamãe Aparecida, atenta ao que estava acontecendo, não querendo magoar o coraçãozinho de sua pequena joia preciosa e ao mesmo tempo consciente que não podia ser omissa nesta hora, por um momento deixou de lado todas as coisas, tomou Maria em seus braços, beijou-a e após um longo e carinhoso abraço misturado com uma silenciosa oração pedindo sabedoria, disse: Minha preciosa filha sei o quanto estar junto com os seus coleguinhas e ter coisas em comum com eles é importante para você, mas quero que você escute com muita atenção o que vou lhe dizer. Até hoje você nunca participou desta festa e mamãe ainda não lhe havia falado sobre isto porque no lugar de onde viemos isto não existia. Amamos e respeitamos todas as pessoas com a sua cultura, costumes e crenças. No entanto temos as nossas próprias convicções e hoje nos valemos do nosso direito de não fazer o que a maioria está fazendo. Mas houve um tempo minha filha no qual eu e o seu pai, o José, na intenção de desfrutar da companhia das pessoas, querendo ser aceitos por elas, participávamos de tudo o que os nossos conhecidos participavam sem refletir sobre as origens destes festejos. Queríamos agradar ao nosso próprio coração. Mas a nossa alegria só durava enquanto a música tocava, enquanto as luzes e o movimento das pessoas nos distraiam de nossas angústias e incertezas. Mas tão logo a festa acabava voltávamos a um viver sem uma viva esperança.


Um dia porém, um certo homem visitou a nossa casa e no meio da conversa perguntou se sabíamos a origem da festa junina. Ele nos levou a pesquisar em livros sobre mitologia romana e nestes descobrimos que tais festas eram antigamente chamadas junonias e eram feitas em homenagem a Juno, uma divindade romana, um falso deus. Então, descobrimos pela Bíblia que, mesmo na nossa ingenuidade, não estávamos agradando a Deus. Naquele mesmo dia aquele homem nos ensinou que Deus nos ama tanto, que apesar do nossos pecados, Ele deu o seu Filho, Jesus para morrer no nosso lugar e pagar assim o preço das nossas culpas para que pudéssemos ter um relacionamento direto com Deus. Então nos arrependemos dos nossos pecados, deixamos de lado velhos costumes que não agradam a Deus e entramos para a maior festa da vida, a festa da certeza de que em Jesus temos a vida eterna, o maior de todos os presentes e a verdadeira alegria. Foi assim que passamos a andar com Jesus e a desviar daquilo que não agrada a Ele. Com Jesus a festa não acaba.
Naquele instante os olhos da pequena Maria brilharam mais intensamente e vendo a alegria, a paz, a segurança e o amor estampados no rosto e na atitude de sua mãe, ela disse: Já entendi mamãe, não precisa falar mais nada. Maria então se lembrou de um versículo da Bíblia que acabara de aprender: Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente para que experimenteis a boa agradável e perfeita vontade de Deus.
José Soares Filho